terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Institucionalização do egoísmo

Mais uma vez estamos falando da natureza. A irracionalidade humana já foi escancarada e venho apenas reforçá-la. Da terra viemos e para a terra voltaremos, será? Do jeito que a temperatura está aumentando, em pouco tempo iremos todos para o céu! Só que em forma de vapor de água...
O capitalismo está engolindo o mundo em todas as suas faces. A família, a educação, o amor, a natureza... tudo está se acabando graças ao dinheiro que tanto queremos. Nos resta apenas continuar a andar de carro e jogar um lixo de vez em quando pela janela... um a mais ou a menos não fará diferença, certo? Grande parte da população ignora completamente o problema ambiental, muitos devido ao desemprego e problemas emergenciais não conseguem nem se deter a isso, em favor obviamente de seus próprios estômagos. Não os culpo mas, não raro é desses que saem os grandes exemplos, pois seria muito fácil pra um político, que trabalha de terça a quinta (horário de Rei no Brasil) doar um dia (sexta ou sábado) por mês para trabalhas de caridade, pra ele, tempo não é problema. Entretanto, para a maioria das pessoas engajadas em projetos socio-ambientais, além do tempo, o dinheiro se torna um problema, sobretudo quando se tem uma atividade a sustentar como a refeição de várias pessoas. Ainda não entendo como as pessoas, sem distinção de cor, credo ou classe social, não se importam com os outros. Acredito que o egoismo foi institucionalizado. Pensar no próprio umbigo é ser esperto e não egoísta, besta é aquele que faz pelos outros em detrimento próprio. Tento ser diferente, não pela negação do que ai está, mas por que me incomoda ser desse jeito. Sejamos mais amorosos com o próximo, se doe, viva para os outros e então poderás encontrar a felicidade. É o que penso.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

A pedidos...

Bem... Me pediram, ou melhor, Diego me pediu, para escrever sobre meio ambiente. Não sei se alguém lê meus textos, mas quem os lê sabe o quanto eu gosto de falar se sentimentos e raramente escrevo sobre coisas palpáveis. Mas de maneira alguma posso negar um pedido desse amigo que tanto amo. Porém, vou seguir a linha de argumentação por senso comum. Dados e citações não são muito a minha praia.
Ultimamente não há quem não tenha ouvido falar em aquecimento global, derretimento de geleiras, aumento do nível dos mares e afins. É por esses e outros motivos que eu paro para pensar por que somos chamados de animais racionais. Segundo o dicionário, racional é aquele ser dotado de razão, que por sua vez tem diversas definições, mas a que mais me chamou a atenção foi: faculdade de distinguir o verdadeiro do falso, o bem do mal.
Refletindo muito seriamente sobre o assunto percebi o quanto estamos errados quanto a determinação do homem como um ser capaz de usar a razão. Se nós soubéssemos realmente distinguir o verdadeiro do falso, será que continuaríamos a acreditar no que alguns países dizem sobre o aquecimento? Que não é um problema imediato; que não é preciso que se diminua tanto a emissão dos gases estufa como determina o Protocolo de Kyoto; que o aumento do consumo nada tem a ver com o aquecimento global!!! Se realmente somos capazes de pensar e distinguir o bem do mal, por que continuamos a tomar banhos sem fechar o chuveiro para nos ensaboarmos? Por que ainda jogamos lixo na rua em vez de guardá-lo na bolsa para jogar na lixeira quando passarmos por uma? Por que ligamos o ar-condicionado mesmo quando a noite está fria? Por que desmatamos nossa florestas? São muitas, incontáveis perguntas que eu poderia fazer aqui. Mas deu para perceber o porquê da minha “revolta” por sermos denominados racionais!
A natureza sempre foi a responsável pela “escolha” dos seres mais adaptados ao meio, aqueles que deveriam ou não continuar o ciclo. Nós a estamos modificando, e por causa disso, espécies que estavam bem adaptadas ao ambiente estão sumindo. Espécies essas que fazem parte de uma teia alimentar da qual, inclusive, na maioria das vezes fazemos parte. A extinção de um ser pode levar a uma alteração tão grande nessa teia, que todos os outros seres são prejudicados. Isso, sem falar nas espécies que poderiam nos ajudar na cura de determinadas doenças e que nós nunca iremos saber.
Por isso digo: somos tão racionais quanto cachorros, gatos ou vacas. Na realidade menos até! Eles pelo menos aproveitam o meio ambiente, e não SE APROVEITAM dele!!!!!!!!

Espero, mesmo que o texto não tenha sido dos melhores, levar os parcos leitores (ou seria o leitor????) desse blog a pensar um pouco, refletir, e talvez, quem sabe, a raciocinar o que verdadeiro ou falso, bom ou ruim.

Abraços...

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Volta às aulas


 

Amanhã reiniciam as aulas e então o movimento nesse blog será ainda menor, pretendo escrever nos fins de semana. A quantidade de idéias não diminuíram, falta só empolgação para escrever. Desde a última postagem, e também antes dela, tenho visto várias cenas de desrespeito do ser humano. Presenciei policiais ligando a sirene pra queimar sinal e logo em seguida desligando e andando lentamente... presenciei guardas da CTTU dirigindo e tomando café, e logo depois jogando o copo pela janela, e um dos mais absurdos aconteceu ontem. Ao voltar da livraria Cultura, havia um carro acidentado na subida do viaduto sentido boa viagem. A ambulância se esgoelava centenas de metros atrás para passar pelo engarrafamento, acontece que o movimento na faixa que se encontrava a ambulância estava sendo facilitada pelos guardas, enquanto que a outra estava paralisada, até ai tudo bem. Acontece que inúmeros motoristas, sabendo que a faixa da esquerda estava andando por que a ambulância precisava passar, adentravam engarrafando a mesma! Se o acidente tivesse sido grave, o paciente poderia sofrer conseqüências sérias devido à demora no atendimento, graças a uns motoristas apressadinhos. Como se não bastasse, ao passar pelo carro acidentado, o motorista ainda ao volante, mas aparentemente bem, escutou desaforos do passageiro que estava na cadeira em frente a minha! Como o homem pode ser assim? Imediatista e insensato? Egoísta!

Post-scriptum: Isso só me motiva à trabalhar para que o contrário aconteça.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Réplica à Rafaela


 

Essa menina está conseguindo, ela me tira do sério! Quando crescer vai dar um trabalho enorme!


 

    Vamos lá, não posso me conter ante tantas contradições juntas. O pior defeito das pessoas, não é ignorar a política e sim não ser político. Esse verbete, como podeis imaginar deriva de polis, que suponho ser uma das formas da palavra grega para cidade, agregada a uma terminação adjetivante. Portanto política seria a qualidade de cidade ou de cidadão. Ao contrário do que muita gente ainda pensa, política não tem nada que ver com o congresso federal ou o presidente, com esses tem o circo ou pior, com o circo temos nós eleitores, com eles tem as penitenciárias(gostaria muito que viesse a acontecer). Política portanto é a ciência, ou arte, das relações sociais e realmente duvido de alguém que esteja alheio a isso. A frase que destaquei no início faz referência à falta de compreensão e de atitudes coletivas, de quem se entende no mundo como um ator extremamente importante. A bem da verdade, considero um defeito se negar a ver os problemas sociais, os problemas familiares ou mesmo entre amigos. Não é realmente o seu caso Rafaela, médicos tem uma função de importância ímpar e dedicação inigualável em outras profissões.

    Realmente, nem todos gostam de ler sobre política, eu particularmente fico enojado com o que leio, especialmente em nosso país, mesmo assim leio porque gosto, mas isso não me faz melhor ou pior do que ninguém. Apenas me faz informado sobre a situação governamental ou do Estado. Além do mais, eu realmente não tenho o poder de alterar o que esta lá, não sozinho, o voto é um instrumento falho e débil, nada pode contra o status quo. Em verdade há outros recursos que um cidadão civilmente capaz pode utilizar, mas não é esse meu objetivo. O exemplo dado foi ótimo, pessoas consideradas pela maioria da sociedade como incapazes, como incompetentes ou algo parecido por não ter alto nível de instrução, mas que tem uma consciência política fenomenal e que tem uma evolução espiritual gigantesca.

    Para mudar o que está, não é preciso instrução, dinheiro ou habilidades especiais. É preciso apenas vontade. Eu mesmo me condeno por buscar sempre minha estabilidade financeira antes de partir a prática, mas tento mudar aos poucos. O primeiro passo foi esse blog. Criado com a intenção de expor pensamentos não só por puramente filosofar e muito menos para entreter os leitores, mas para expressar nossa observação da sociedade, tentando tornar público o que conseguimos observar e que muitos, simplesmente por não querer não o fazem, ou por motivos outros. Tenho a vontade de fazer a diferença na sociedade, mas ainda está fraca. Já pensei em várias formas diferentes. Uma delas foi dar aulas de dança para carentes, mas não tenho essa capacidade ainda. É um plano para o futuro médio. Doar dinheiro, só quando realmente tiver e meu tempo ainda está muito focado na sustentabilidade minha e da minha família. Talvez seja um erro, mas não estou conseguindo evitar, busco caminhos alternativos diariamente. Dentre outros, influenciar os leitores a terem uma visão mais critica sobre o mundo e suas atitudes é o que tento. Claro está que minha habilidade nisto ainda não está suficiente para meus objetivos, mas estou em desenvolvimento.

    Penso que cada um pode fazer algo, e não é conversa fiada. Desejo que cada um faça o seu e tente ajudar para que os outros vejam o que é certo fazer. Não a força, não impositivamente, mas reflexivamente. Porque não jogar lixo na rua? Porque não correr no carro ou porque dar ou não esmolas? Ignorar os idosos no ônibus, ser autoritário, usar de seu cargo para obter privilégios, prejudicar pessoas boas ou auxiliar pessoas más em troca de dinheiro, tomar para si o que não é seu, esconder suas melhores idéias, não dar carona, preconceituar as pessoas etc. Esses foram apenas algumas coisas que me lembro nesse minuto e que estão mais presentes na minha vida, com todas as particularidades que isso implica. Pois cada outra pessoa poderá citar mais uma infinidade de coisas que todos sabemos estar errado, mas fazemos e achamos graça... beber, cair, levantar-beber-cair... ai eu bebo pa carai, bebo pa carai... etc. Façam o que seu coração manda, não o que sua cabeça raciocina. Na vida, o "coração" é infinitamente mais sábio que o "cérebro".

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Fuga...

Eu estive mais uma vez pensando se estou escrevendo no lugar certo. Quando Diego resolveu fazer esse blog, creio eu, que quisesse que fosse um lugar no qual as pessoas escrevessem e lessem coisas as quais fizessem refletir e pensar em como modificar a atual situação na qual se encontra o país, por menor que seja a nossa contribuição.
Entretanto, sendo eu uma pessoa que não entende de política, talvez porque simplesmente não tenha aprendido e gostar dela e não faça esforço para tal; que também não é dada ao estudo da filosofia, talvez porque não consiga entender o que muitos filósofos querem realmente dizer e por isso classifiquei todos como complexos demais para meu entendimento, aparentemente, ínfimo e limitado; tenho escrito nesse blog sobre coisas, ou melhor, sentimentos aos quais a maioria de nós conhece perfeitamente bem (que meus professores de redação me perdoem, esse período ficou longo demais!!!!). Fiz então desse blog uma extensão do consultório da minha psicóloga. Falei sobre o amor, a amizade, a responsabilidade e o prazer no que fazemos, no fato de realizar ou não planos em nossas vidas...
Posso ser uma cidadã alienada, que não faz nada pela melhoria do país, que não procura saber o que está certo ou errado no governo, que pode colocar um mal representante no poder, uma pessoa sem cultura ou qualquer dessas coisas que as pessoas que não se interessam por política são taxadas. Mas não vou de encontro a meus sentimentos só para mostrar para pessoas que muitas vezes não conheço, uma pessoa que não sou (clichê, porém verdadeiro). Não consigo ler sobre política, confesso que me esforço, que sei que é importante, mas lembra quando você criou aquele bloqueio com matemática porque a sua professorinha obrigava você a decorar a tabuada??? Pois é, sem que ninguém me obrigasse a ler sobre política eu peguei desgosto por ela! Envergonho-me disso algumas vezes, mas nunca fingi que gostava do assunto ou me fiz de entendida só para não escutar a tão propalada frase: É por causa de pessoas como você que o Brasil está do jeito que está! Já escutei diversas vezes. E sei que muitas vezes ainda escutarei.
Mas sei também que não é preciso entender de política e ler livros de filosofia para mudar, se não realidade do Brasil, pelo menos a de algumas pessoas. Digo isso porque vi um exemplo de casal, há algum tempo, no Fantástico: Abigail e Carlos do Rosário. Eles têm 57 filhos, dos quais 54 são adotados. Para criar os filhos contam com a ajuda de algumas pessoas e empresas que doam o que puderem para manter as “crianças” da dona Abigail. E ela diz que não formou ONG ou qualquer coisa parecida, é apenas uma grande família. Para ela é um prazer cuidar de seus filhos, que são escolhidos por ninguém os escolherem. Portadores de Síndrome de Down, de HIV, adolescentes, irmão que ela não queria ver separados, são o alvo do carinho desse casal que realmente podem ser chamados de PAIS. Eles não são pessoas de grau de instrução elevado, nem de situação financeira beneficiada, mas mostraram ao mundo que para fazer a diferença basta ter uma boa intenção e muita força de vontade.
Talvez meu texto tenha ficado meio misturado, com muita coisa para ler. Talvez não diga nada com nada, mas o que importa é que da minha mente foram saindo diversas inquietações que estavam me fazendo mal. E talvez esse tenha sido, dos textos os quais escrevi, o que mais tenha ME feito refletir. A política e a filosofia podem até vir a fazer parte da minha vida alguma dia, mas por enquanto vou vivendo muito bem sem as duas.

Texto de uma pessoa que se culpa pelo Brasil estar como está: Eu!!!

Ah, o amor


 


 

Ah, o amor, não me pergunte por que esse tema esta escolhido para o pseudo-monólogo de hoje. Digo-vos apenas que é um assunto de ordem superior, que não há fatos nem contra-fatos, teses ou antíteses que possa definir, limitar, ou simplesmente dissertar sobre o amor sem que deixe muito a desejar. Poesias, de origem nobre dentre os pares, talvez seja dos melhores meios de transmissão de tal sentimento. Eis que vos digo que o amor não existe, existe pessoas que se amam e o amor seria mais uma das crias da obsessão desta raça a qual pertencemos pela conceituação de tudo e nesse vai vem acabamos por capciosamente dissertar sobre o que não existe. Vamos ao dicionário, filho maior dessa mania e achamos definições diversas sobre esse e outros sentimentos. O que sabe um dicionário sobre os sentimentos? Sobretudo quanto aos meus?

Processo biológico, fisiológico, patológico psico-sociológico e mais um monte de bobagem, tudo derivado da sabedoria superior humana, a raça que mais evolui no planeta e que por isso vai destruí-lo, pois ele já não é suficiente, e como não bastasse vai também se destruir, pois provavelmente sofre de uma enorme ociosidade já que, em sua suprema sabedoria já não deve ter para onde crescer ou o que aprender. Repetindo o que li de algum grande personagem de algum lugar que não lembro, mas de grande importância é, o pior não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons. Isso sim é ruim, eu mesmo me abstenho incontáveis vezes de recomendar que as pessoas não repitam coisas que me incomodam como jogar lixo no chão. Os amigos levam gritos, mas não poderia proceder assim com todos, ainda que pudesse não o faria, pois não adiantaria. A rima foi horrível, desculpem não foi de propósito. Pois bem, assim que a sociedade começar a se destruir, me intocarei em um bünker a fim de fugir dessa auto-destruição. Todos aqui sabem o que devem ou não fazer para evitar e seria banal e fatigoso repetir lições de boa conduta aqui, porém é profundamente cabível pedir que os leitores, existam ou não, pois se não se manifestarem serão apenas um número naquele contador ao extremo sul daqui, que façam uma pequena reflexão a cada vez que perceber um ato danoso a sociedade e/ou ao meio ambiente simples e conjugados. O que isso tem que ver com amor, sei lá! O que é amor mesmo? Talvez seja apenas um ato para demonstrar o amor que temos a nós mesmos e aos que poderão nos suceder nessa superfície terrestre contornada de água.

Será um prazer um dia saber, encarnado ou não, que de alguma forma o impacto negativo das atitudes humanóides nessa bola anilada tenha se reduzido e que a "área verde" está crescendo. Talvez seja muito querer isso enquanto ainda estiver por aqui, mas que o sonho se realize com as nossas proles, mas que se realize. Para isso, usa-se apenas uma palavra, respeito. Respeito ao próximo e a si mesmo é o começo da solução que buscamos. Amar ao próximo como a si mesmo seria o ápice de qualquer raça e então estaríamos num nível tão superior que nem nos lembraríamos da poluição, nem dos latrocínios e dos atentados. Não haveria democracia certa que levasse a tal estado, convém apenas amar os próximos e os que vierem depois deles e assim sucessivamente.


 

"Não se perguntem por quem os sinos dobram, eles dobram por ti"

Ernest Hemingway apud Raul Seixas

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Sobre a sociedade dos poetas mortos


 


 

Esta noite, escrevo inspirado pelo filme Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society). Um filme magnífico que realmente me emocionou.

O filme conta a história de um grupo de estudantes de um tradicional curso preparatório para universidades nos Estados Unidos. Os alunos, os melhores possíveis. Passivos, absorvem o conhecimento alheio com uma velocidade estonteante, até que um prof. "ó, captain" Mr. Keating inicia suas aulas nessa escola. Suas aulas eram deveras peculiares, seu método de ensino inovador. Vi nele um precursor freireano. Ele fez com que seus alunos vivesse as situações de aprendizado ao invés de apenas ouvir. O trabalho de curiosidade estava presente em todo o filme e a esperança não foi diferente. Um dos alunos se rebela, adota um codinome e como um mártir, é espancado no traseiro pelo diretor da escola que o fazia a fim de obter uma confissão, pura ilusão. O aluno Dalton não confessou sequer um detalhe, uma migalha. A sociedade dos poetas mortos prosseguia a exemplo de sua primeira formação incluindo o Robie Williams (Mr. Keating). Ele inaugurou na escola a liberdade de pensamento, a opção de ver o mundo diferentemente e de fazer suas próprias escolhas. Mais do que isso, fez da poesia um instrumento de desenvolvimento humano. Os alunos passaram a ser poetas e com isso a viver sua própria vida.

O ápice da opressão se dá assustadoramente antes de sua maior queda, quando o aluno, impedido pelos pais de fazer o que lhe era bom, suicidou. Conversando com um amigo, que prometeu escrever para nós em breve, percebi que o sacrifício foi em nome da liberdade. O ator por excelência e estudante por opressão paterna, Neil, se percebeu vivendo a vida que seus pais queriam, isso o colocou num grande conflito existencial. Em verdade, aceitando as ordens dos pais, deixara de haver personalidade, havia apenas um ser que recebia ordens como uma máquina qualquer, que não pensa nem reage. Só aceita e cumpre ordens. Refletindo sobre sua existência e percebendo sua ausência, resolver por em prática o que já havia na teoria. "Cogito ergo sum", se não penso, não existo. Se não existo, tanto faz morrer... mas não é bem assim.

Uma reflexão maior sobre o filme me faz pensar por que motivo ainda estou estudando na faculdade, por que ainda faço um ou outro curso. Por que penso e me comporto dessa maneira. Por que fui compelido a fazer isso? Então tenho escolha? Na minha vida, decidi terminar a faculdade de qualquer maneira, fazer um concurso e então, após adquirir certa estabilidade financeira poder me entregar profundamente aos meus objetivos pessoais extra-economicos. Obviamente, não vou esperar essa estabilidade chegar para fazer o que quero, até lá haverá uma construção em busca dos objetivos, mas o foco será o financeiro. Não tenho talento suficiente para jogar tudo pro alto e viver de artes, se tivesse o faria sem pestanejar. Como não tenho, faço aquilo que me é oportuno e o é agora, estudar na faculdade, me graduar. De forma alguma desejo parar de estudar, aprender é uma das atividades mais gratificantes pro ser humano, fica atrás obviamente de ensinar (leia-se orientar ou ensinar-aprender em oposição a aprender-ensinar). Escrever é uma coisa que me salta a vista, estaria satisfeito em viver de escrever ou dançar.

O filme inspira aqueles que se encontram desanimados e que não encontram poesia em suas vidas. A arte, penso eu, faz parte de nós e como tal deve ser vivida, todos temos um pouco de artistas dentro de nós, basta procurar. Assim como no filme, seria uma grande dificuldade para mim ser dançarino, mas tentarei sem abandonar os estudos, assim como acredito que Neil faria se não estivesse morto. Modestamente, acredito que todos deveríamos fazer algo semelhante, claro, se tivermos condições.

Infelizmente nesse país há pessoas que não conseguem tempo nem para respirar, têm que trabalhar o dia inteiro para sustentar-se. Para elas, digo que trabalhem, mas que continuem procurando a sua arte, pois com certo esforço ela valerá muito mais que seu trabalho, tanto financeiramente quanto pessoalmente.

Como finalização peço que os leitores parem o momento periodicamente para avaliar o que fazem de suas vidas, se é o que deseja e se podem fazer melhor. Desistir nem sempre é uma boa opção, mas saber que quando terminar a atual atividade fará algo diferente já vale muito. Se aventurem, mas com sabedoria.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Sobre não ter o que falar ou não


 

Ultimamente este blog esteve entregue as baratas, a poeira rolou solta e tudo porque simplesmente não havia o que contar. Em verdade, até havia, se tem uma coisa de que tenho certeza é que o tempo não para, para? Esses dias até aconteceram algumas coisas, mas eu fui bastante brasileiro, e como tal, me omiti. Não me dei tempo para escrever. Era mais uma coisa em que me abstive. Também não danço há algum tempo. Mas isso não é assunto que interesse a atenção alheia. O escopo está na omissão. As palavras parecem não brotar mais das pontas dos meus dedos. Um costume que está se enraizando em mim é o de assistir os cadernos de cinema da TV Cultura, é realmente um bom conselho para quem gosta de madrugar. Sempre passa filmes bons. Não há um que não tenha me despertado interesse.

Quanto a minha omissão, talvez seja um reflexo a vossa. Um grande conflito interno por que passo é esse, raros são os comentários sobre o que escrevo. Um dia ainda entenderei o motivo desse mutismo. As suposições são muitas, vai da falta de qualidade dos textos a falta de disposição dos leitores, passa pela quantidade de visitas e pela aparência do blog. Mas de uma coisa suspeito, que assim como a maioria dos brasileiros, somos educados a assistir. Tragtenberg já disse que a educação que temos na escola é mais um instrumento de dominação, domesticação do que emancipatório. Não precisa ser gênio para perceber, basta refletir um pouco sobre o que estudamos e como aprendemos. Primeiro aprendemos coisas que não interessa assuntos como química e física não interessam, não como nos ensinam. Poderia ser uma maneira de desenvolver o raciocínio, para isso que se estude matemática. O ensino da maneira que está é profundamente bancário, há uma pessoa cheia de sabedoria que deposita nos cofres vazios dos alunos.

Apesar de o maior problema do Brasil ser realmente a educação, não acredito que seja a falta apenas, mas fundamentalmente a qualidade. Mesmo que nossas escolas, refiro-me como nossas as públicas, fossem todas organizadas, limpas e com professores suficientes e motivados a "ensinar" tudo o que aprenderam, nem assim teríamos um Brasil evoluído. De nada adiantaria termos pessoas "educadas" se fossem todas domesticadas. Assim como já somos. Se no Brasil toda a população fosse formada, com educação superior, e continuasse a se divertir com a TV Globo e todo o leque de opções da mídia golpista, de nada adiantaria. Continuemos a ver Big Brother e os políticos continuaram a fazer essa roubalheira, e nada acontecerá. Por quê? Por que somos tão ativos quanto uma tartaruga, quanto um bicho preguiça ou uma lesma. "Porque o Brasil é tão bom quanto o seu voto!" continuará a ser passado nas nossas faces, e acreditaremos que é verdade em silêncio. Mentira! Mentira! O direito a voto é um dos instrumentos mais fuleros que a democracia nos oferece. Ainda temos a cara de pau de ouvir em silêncio que "há um ano foram diplomados presidente... blá blá blá... em um exemplo mundial ao respeito a democracia!". Isso é desconcertante, é impressionante a covardia presente nessa frase, vinda do Estado, representando o direito eleitoral e mentindo para todos. Desafio qualquer um a me mostrar onde está essa democracia! Democracia não é coisa fácil de realizar, sobretudo nesse país tão miserável educacionalmente falando, digo isso com a propriedade de quem se enoja com a educação oriunda das escolas. É ela que nos faz pensar que o dinheiro é o futuro e que para sermos felizes temos que estudar. É ela que nos mostra o caminho das empresas, do empreendedorismo cruel. Mas para não dizer que não falei das flores, há algumas matérias que entendo como capaz de modificar essa situação. Além do português e da matemática que considero importantes, os fundamentais são história e geografia. São matérias que nos mostram ou pensam que o fazem, um pouco da realidade, atual ou anterior e nos faz pensar um pouco sobre o que está acontecendo, porque, e o que acontecerá. Uma maior intensidade sobre essas duas matérias seria uma forte mudança na capacidade crítica dos educandos-educadores. Porém, a minha fonte de inspiração crítica foi a matéria de redação, apenas ao 3º ano, para suprir uma necessidade domesticadora que é o vestibular, tivemos que estudar sobre vários assuntos da atualidade e a professora, tão nova quanto possível, à época 24 anos, nos fez refletir sobre o que líamos, nos inspirava a ter opinião própria. Muitos obviamente não aproveitaram como eu essa oportunidade, acredito que já por estar dominado plenamente pelo "sistema". Falando no "sistema", vocês acreditam nele? Sim, nesse movimento perceptível porém não palpável que influencia fortemente tudo nas nossas vidas. Nossas leituras, nossas formas de vida.

Semana passada comecei a ler o Best-Seller "O monge e o executivo". Depois de muitas opiniões diferentes, resolvi lê-lo. Se for pra criticá-lo terei agora um pouco mais de argumento, lastro. Talvez esse seja um dos motes desse blog, críticas sobre obras específicas. Talvez suscite alguns debates de forma mais intensa.

Pra quem não tinha o que falar, já o fiz bastante, mas não porei um ponto final nesse texto, o continuarei em breve. Um abraço à todos.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

A importância de um impulso!!!

Mais uma vez, tiro algo para escrever aqui no blog de uma conversa com uma amiga minha. A maioria das pessoas vive fazendo planos. Planos de ir para a faculdade, entrar no curso desejado, ser um profissional de sucesso, casar com o homem, ou a mulher, amado (a), ter filhos...
Entendo que é maravilhoso fazer planos, e me incluo no grupo que os faz. Mas é importante também saber apreciar e viver o momento! Quem passa seus dias só fazendo planos, vive muito em função do futuro e, muitas vezes, esquece de viver o presente intensamente. Os planos são pequenas (algumas vezes são gigantes) projeções que fazemos dos nossos desejos. Vou tentar explicar-me melhor: queremos muito uma coisa hoje, mas sabemos que ainda temos caminhos a seguir para alcançá-la, então calculamos nossos passos para realizá-la no futuro.
Porém, temos que admitir a possibilidade de falharmos na busca da realização desses desejos. É triste dizer isso, mas é real! Ao traçarmos um plano, atrelada a ele vem a expectativa. E se ao final, nada sair como o planejado? Até porque, ninguém faz planos no qual vá se dar mal, ou que vá passar por dificuldades financeiras, ou que vá casar e separar dentro de 2 anos!!! Mas essas coisas acontecem. Não estou fazendo apologia para que tornem sua vida uma “casa da mãe Joana” (que a mãe Joana me perdoe).Planos devem ser feitos, mas admitindo que erros possam acontecer, que percalços possam aparecer, que a sua vida pode mudar, e acima de tudo que não deves sacrificar todo o seu presente em prol de seu futuro.
Sabem por que eu resolvi escrever sobre isso? Porque alguns dos melhores momentos que vivi em minha vida não foram planejados! Não criei expectativas sobre eles, então não havia nada com o que compará-los e eles talvez tenham parecido para mim melhores do que realmente foram. Mas como foram bons!!! E como eu os aproveitei!!! Foram fruto de um simples impulso! Resolvi problemas, me declarei, briguei, conheci pessoas, e tomei a iniciativa (nesse caso uma única vez, mas que admito, foi um dos dias que mais me marcou) por um simples ato impulsivo. E não me arrependo de nada, absolutamente nada que fiz dessa forma!
Então, se sentirem uma vontade louca de fazer algo, algo que talvez você nunca tenha pensado em fazer, que não estava em seus planos, FAÇA!!! Desde que isso não vá prejudicar alguém, lógico!!!!! Talvez perceba que foi melhor assim do que ter planejado tanto e na hora H ser tudo diferente! Improvise, aprecie o momento, viva-o com intensidade e paixão!!!! Assim como eu fiz ao escrever esse texto!!!


Até a próxima!!!!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Famizade


 

Em tempos de carnaval, duas classes de momentos se destacaram entre as festas que aproveitei.

A primeiro, divide-se em dois, dois dias de comemoração com amigos e amigas. Fui a uma cidade litorânea, muita simplicidade e muita alegria. O segundo foi no recife antigo, com amigas mais recentes e que foram ótimas companhias para o show de Lenine.

A segunda classe são os momentos familiares e sem dúvida os mais felizes. Alguns amigos com quem compartilhei os momentos de primeira classe foram muito bons, porém são amigos, e como amigos podem ter relações temporárias. Alguns são de longa data e não acredito que vão embora tão cedo. Entretanto, é a família que é para a vida inteira. Desde o nascimento até o falecimento, não deixam de sê-lo. O momento que tive com minha família foi de uma felicidade profunda, em contraponto hoje houve um desentendimento dentro de casa. Mas no fim das contas, as relações familiares se mostraram firmes e superiores.

Escrevo isso apenas pra relatar uma reflexão que tive sobre a importância das amizades e da família. Naturalmente, sobrepõe-se a família as amizades comuns, com o tempo, algumas amizades se transformam em família. São pouquíssimos os que chegaram a esse ponto. Vivenciei um momento oficial de transformação de uma relação não-familiar em semi-familiar, um noivado. Claro que a mudança a partir desse momento não foi significativa nessa perspectiva, mas a atual relação foi construída durante o tempo. Com o casamento, se tornarão efetivamente uma família, pois a partir desse momento será muito mais improvável a separação.

Espero com esse pequeno texto que todos possam refletir sobre suas amizades, aquelas verdadeiras e aquelas que te acompanham na farra. Reflitam também sobre sua família, sobre os conflitos e sobre o seu comportamento. Hoje fiquei bastante irritado com meu pai, mas uma conversa com sua mãe foi bastante elucidativa. Fiquei tranqüilo e pude, ao invés do antes planejado, um escândalo, conversar tranquilamente com ele. Apesar dele não ter aceitado tão bem minha reação, percebi que fiz o melhor que pude, mantendo a calma e não me deixando influenciar por más idéias. Sempre que me encontro em um momento decisivo, lembro que tenho várias idéias, as boas e as ruins, e tenho que escolher. Entre explodir, gritar e brigar ou respirar fundo e falar tranquilamente evitando conflitos.


 

Um abraço a todos!


 

Cordialmente

Diego Mello

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Amigos, amigos; nada à parte!!!!

Conversando com umas amigas minhas essa semana, cheguei à conclusão de que a valorização de amizades me atrai!!! Vou tentar me explicar melhor. Saber que um homem tenta ao máximo preservar seus amigos, manter a amizade sempre viva e os amigos sempre perto faz com que ele ganhe alguns pontos comigo. Como eu sou uma pessoa que dá extremo valor àquelas pessoas que considero amigas, acredito que é por isso que admiro quando alguém também o faz.
Talvez isso que eu disse aí em cima, não sirva de nada para o meu texto. Afinal apenas Debby e Bruninha (é estranho te chamar assim amor, mas te chamar de Bunda aqui é meio estranho não é? Opsss...) sabem do que estou falando... Mas vai servir de gancho para o que eu realmente quero dizer.
Acredito, sinceramente, apesar de alguns não concordarem comigo, que ainda somos capazes de manter amizades de escola por muito tempo. Muitas pessoas me disseram que as reais amizades irei arrumar na faculdade porque teremos conhecimentos, objetivos e interesses afins. Será? São justamente esses interesses afins que me preocupam. Teremos todos que lutar, por uma vaga na concorridíssima residência, pelos projetos que a universidade oferece, até mesmo por um livro na biblioteca... E infelizmente, lá vem o MERCADO, o maldito mercado entrar no meio das amizades, porque é buscando um lugar nele que nos preocupamos em ter uma boa formação na faculdade. Não há como negar que é mais difícil estabelecer uma amizade verdadeira quando você não sabe se a “pessoa do outro lado” está realmente torcendo pelo seu bem ou te dando uma rasteira pelas costas.
Talvez esse seja um pensamento bem pessimista meu. Mas acho que é fruto da necessidade de acreditar que meus amigos de hoje, serão meus amigos de amanhã. Quero muito, de verdade, sair com amigos maravilhosos da faculdade. Mas não amigos de festas e churrascos, ou trabalhos de anatomia, ou companheiros de profissão! Eu quero pessoas pelas quais eu ache que vale a pena torcer, que eu sei que também torcem por mim, com as quais eu possa dividir meus dramas amorosos e familiares, para as quais eu possa ligar chorando para apenas conseguir soluçar, mas que sei que estão lá para me ouvir. Pessoas com as quais eu ache que eu posso contar para que me ajude, para as quais eu também possa servir de apoio, seja com palavras amigas, seja com consultas free, rs. Pessoas que mereçam fazer parte da minha família, dormir na minha casa, usar minhas toalhas, meu sabonete e tudo o mais sem que eu ache que seja folgada. Acredito que vá encontrar pessoas assim na faculdade, na realidade até desejo, mas não acho que amigos de escola, pelo menos os meus, sejam passageiros!!! Aliás, podem até ser, mas são passageiros que nunca descem do banco do ônibus que é o meu coração!!!!


Aproveito aqui para agradecer àqueles amigos que tanto torceram por mim e que estavam do meu lado nesses 3 anos de angústia, ou mesmo que não nos 3, como é o caso de um grupo de pessoas que me fizeram muito feliz esse ano lá no Espaço Vieira Filho, entre elas Aline, que me deu muita força e que tem uma admiração muito grande por mim, e que saiba, meu amor, é recíproca!!! Bruninha, Debby e Diego o tripé de meu sustento! Sem desmerecer todos que me deram apoio, esses 3 foram especiais!!!!
Esse texto ficou mais parecendo uma confissão do que qualquer outra coisa, mas a culpa é de Diego, que me deu autoridade para postar o que eu quisesse!!!!! RS

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