quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Afinal, o que estamos fazendo vivos?

Mas uma vez o ano acabou e é com a esperança de que as coisas podem melhorar que eu continuo minha vida. Muitos podem até contrapor-me dizendo que não tenho do que reclamar, que sou hipócrita ou coisa assim, posso até estar sendo e isso pode me fazer sofrer. Algumas vezes me pergunto, o que eu quero da vida? Ou como ouvi uma amiga se perguntar “o que eu estou fazendo viva?” Essa tem sido a resposta que mais me tem dado dor de cabeça, afinal, a que vivemos?

E é com um imenso prazer que vos digo que encontrei a resposta! A tão preciosa resposta está bem aqui na minha cabeça pronta para ser digitada, vos digo também que já sabeis a resposta, pois cada um de nós nasce com um propósito especial mas todos tem algo em comum, que seja no mínimo o planeta e a espécie humana. Bem caros leitores, a resposta é que nós viemos ao mundo para fazer o que achamos que deve ser feito e para fazer o que sempre fazemos a nossas coisas, fazer com que elas tornem melhores para nós e para os outros. Fazemos isso sempre sem nos darmos conta, a maioria de nós procura manter a casa limpa e organizada a fim de manter a higiene e o bem-estar. Cultivamos nossos jardins para que nos dêem o prazer de sua aparência e seus odores, para que os outros vejam o quanto me importo com o meu lar. Por isso nós botamos nossos filhos na escola, para que consigam também sua felicidade e autonomia. E arrisco dizer que é a isso que viemos, é para tornar esse mundo melhor.

Podem chamar-me hipócrita por nunca ter feito nenhum trabalho voluntário, nem dedicar meu tempo a alguma causa nobre que me faça dispensar grandes esforços, não me importo com minha imagem, quero apenas que confiem no nexo dessas palavras que agora escrevo, e na intensidade do sentimento que tento transmitir. Quero apenas mostrar que não viemos ao mundo para mostrar o quanto somos ricos e poderosos, essas são características extremamente egoístas. Não estamos aqui para exalar beleza, entretanto devemos cultivar em nós a elegância, aquela que expressada ao demonstrar respeito ao próximo, aquela que nada tem a ver com etiqueta. Dane-se as etiquetas. Como podemos ter vários pares de talheres e copos de diversos tipos apenas para uma pessoa demonstrar seus falsos dotes de elegância enquanto temos irmãos que se alimentam de nossos restos como os animais mais selvagens? Até uma esponja (que o diga o BOB) saberia dar mais valor aos seus pares do que essa infeliz espécie a qual pertencemos.

Costumo dizer que estou em crise e entendo isso danoso no momento em que tenho que traçar objetivos e apresentar resultados. Porém posso ver isso como uma consequência do meu profundo inacabamento e como um processo que tende a me fazer refletir e consequentemente construir opiniões mais elaboradas e firmes.

Seria muito comodo desejar feliz ano novo, mas isso todo mundo faz e portanto é passível de ser objeto de repetição, sem envolver reflexões, ou a própria vontade. Diz-se da boca pra fora como tantos “eu te amo” que pode-se ver.

Pode-se dizer que meu coração e minha mente são dois profundos e confusos poços, cheios de uma coisa que não se sabe o que é, mas que está em constante construção, sem mudanças abrutas, mas com certa instabilidade devidas as coisas apreendidas e adotadas.

Por vezes temo estar predestinado a viver na solidão, sim caros leitores, não é piada, isso é um medo que sinto há tempos e que talvez eu mesmo está criando está realidade ao aceitar essa premissa por verdadeira. Mas acredito que se esse for o meu destino, terei que enfrentar pois atrás dele terá um grande argumento. Inúmeras vezes caí em si, fazendo o que não queria, ou o que com certeza não me dava prazer, fazendo apenas porque de certa forma a sociedade me informou e aquilo seria a melhor coisa a se fazer. Isso engloba algumas festas, alguns relacionamentos e outros acontecimentos que foram necessários ao meu aprendizado.

Hoje, apesar de ser tão humano quanto qualquer um de vós, procuro não cair em tentações indevidas, em não fazer algo apenas pela carne, apesar de que fazê-lo em certos momentos nos causa um tremendo alívio. Não me refiro apenas ao sexo, há centenas de coisas que nos desopilam como jogar conversa fora e rir, como jogar futebol num domingo pela manhã ou como cantar um brega desses sem pé nem cabeça. Algumas dessas de uma nobreza tal que no alto de um pedestal, os falsos intelectuais não conseguem ver.

Com a chegada do novo ano, quero renovar minhas idéias, inovar em meus conceitos, esquecer as mágoas, esquecer também os magoadores. Resgatar meu valor.


Bem amigos, vejo que bato recordes a cada publicação, espero que aos poucos se aventuram em ter chegado até aqui que reflitam sobre suas vidas e que tenham um ótimo 2008.


São os mais sinceros votos da equipe do Papo de Butequim.


3 comentários:

Rafaela Melo disse...

Diego, me surpreendo a cada dia com a sua capacidade de escrever...
Não conhecia esse seu lado reflexivo e filosófico, que imagina, descobre, elabora teorias que nunca antes eu imaginei! Todo o texto permeia situações e sentimentos que, tenho certeza, já passaram pela cabeça de todos nós! Mas uma parte dele chamou mais minha atenção: o fato da banalização do "eu te amo".
Digo isso porque diversas vezes eu falo sobre isso com minha mãe, amigos e afins...
Eu, pelo menos, não consigo dizer que amo uma pessoa sem sentir realmente tal coisa....
Simplesmente não sai....
Eu falo te adoro, gosto pra caramba de você, você é muito importante para mim, sei lá...
Mas Eu Te Amo, só quando eu amo...
E isso ás vezes me deixa em situações um tanto quanto constrangedoras. Vem um(a) amigo(a) meu e diz que me ama! O que eu respondo???? Poha bixo, tbm gosto que só que você???
Infelizmente, ou felizmente, é isso que vou responder! Amor é um sentimento sublime demais para ser banalizado, pelo menos por mim. Ele já está banalizado pela sociedade no geral, e eu não quero ser mais uma a pôr o amor na boca e cuspí-lo como a uma espinha de peixe indesejada. Ele deve ser celebrado e vivido no seu estado mais puro e verdadeiro. E é por isso que eu digo: se um dia qualquer pessoa escutar um Eu Te amo da minha boca, pode ter certeza que é amado de verdade!
Parabéns Diego pelo texto, e Um Feliz Ano Novo ( sincero e de própria vontade)!

Diego Mello disse...

Antes de mais nada... ficou me devendo o "eu te amo"!!
Mas td bem, vc ñ precisa publicar isso!kkkkkkk
A banalização é fato, basta ver os depoimentos do orkut, é só o que tem e como se não bastasse sempre tem um "para sempre" ou o famoso "incondicionalmente". Basta! Amar é um verbo completo e por isso prescinde de complementos!!
Poderia escrever mais um texto sobre isso, inclusive voltaria ao tema das novelas, pois é graças a ela que vivemos a banalização de certos sentimentos... mas darei um tempo, pois esse ultimo já foi muiiito além da conta. Mas sem dúvida voltarei ao assunto em breve. Rafa, obrigado pelos seus comentários, me fazem muito bem!! Se tivesse uma premiação você seria nossa leitora homenageada!!! kkkkkkkkkkkkkk

p.s.: escrever muito tá se tornando um hábito!

Rafaela Melo disse...

Que bom....
Espero que se torne um hábito para mim também!
W saber que meus comentárioas não só deixam você feliz como estimulam Edson a escrever me dá mais vontade de comentar...
E quanto ao Eu Te Amo que fiquei devendo também prefiro falá-lo a escrevê-lo...
As palavras escritas podem muitas vezes ser vazias de sentimentos...
Quando ditas cara a cara é mais difícil fingir algo que não se sente.
Fico devendo o Eu Te Amo, mas é no sentido de que eu possa dizê-lo a você pessoalmente.
Ah, e adorei o leitora homenageada!
beijos

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